A sabedoria mística não é beatitude
(Jacques Maritai).
Na vida cósmica, o ente não pede respeito, porque respeito é atributo da sabedoria. O Sábio sabe a quem respeitar, e o respeita. O tolo quer obrigar aos outros que o respeitem. A autoridade, na consciência cósmica, é adquirida pelo trabalho, pela ciência, pela capacidade de iluminar. O sábio reconhece seu superior e considera uma dádiva divina encontrá-lo. E há que se dizer que o sábio sempre se encontra na hora certa, esta é a mística da sabedoria. A sabedoria vem da análise e pesquisa da mística. A mística não pode ser ensinada, somente aprendida. O sábio é, por sua natureza, místico. Mas o místico é apenas místico, não sábio.
Nos pesados silêncios, em contemplação nos profundos recônditos pouco iluminados de si mesmo, o místico se indaga, sisudo e ausente, sobre o que é agir com sabedoria. Qual é a verdade que liberta? O que é liberdade? Quando o ente decide que não é livre? Porque o ente muda sua opinião sobre o que é ser escravo?
As respostas mudam a cada incursão às cavernas, de parca luz amarelada, de sombras bruxuleantes provocadas pela tremulante chama da vela, esclarecendo o ego, aperfeiçoando o eu e fortalecendo o espírito.
O Místico (a partir de agora é substantivo próprio), tem confirmado que há algo além da capacidade de percepção dos nossos cinco sentidos. Da forma mesma em que o Místico é o zigoto do sábio, é também o resultado da transformação, por osmose que produz a mitose que se acumula em vez de dividir-se, a partir do cientista. A ciência se faz de questionamento e experiência. Daí surge a física, a filosofia e a metafísica (Daí o Místico). Para o místico esta é a “Trindade Cósmica”. Assim sendo o Místico se pergunta que outros sentidos pode haver além dos sentidos do corpo físico.