Edição e diagramação

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Crônicas do Mestre de Si mesmo



Kaos e Khronos 
(Antenor Emerich)

Ao redor da fogueira, os nove fitavam o fogo, em suas canecas de cerâmica de fina espessura e lisas, cobertas com cera de abelha, continha um chá com várias ervas que emanava um leve odor ácido, uma mistura que tranqüilizava os músculos e liberava o pensamento para ir mais longe.
Paku-Maru, desmontando a imagem do fogo, pensa no principio de tudo.
“No princípio tudo era Kaos que desgovernava. Porque Kaos é desgoverno. E no não-reino de Kaos não havia ordem e não havia vida. Mas, fumaça e fogo, e lava e lama fervente. Tudo derretia em magma e o metal em estado liquido, efervescia em cores flamejantes. E todas as cores fulguravam no reino de fogo e explosões, efeitos das vontades robustas de Kaos, que se admirava de ver tanta luz e calor, explosões coloridas com pingos de metal multicores e brilhantes.
“Kaos é a não forma, a não existência, a não evolução.
Por uma eternidade, o infinito queimou e explodiu, e por tanto tempo com tanta intensidade que Kaos acabou por juntar e gerar a partir si uma existência.
“Ao existir, a entidade se deu a conhecer por Khronos, Senhor da Realidade de suas formas e tempos. E Khronos deu início à existência, a organização, e ao gerar seu reino na existência, gerou a realidade, a ordem, e vida!
“Esfriou metais e construiu rochas. Condensou vapores e construiu sóis, separou água de vulcões, e terra de fogo, gerou mandalas de sois e planetas, de luas e cometas, de gases e lava, e tudo agora girava, como num bailado eterno e infinito. Os elementos se juntam e se abraçam, e se misturam e se fundem e geram mundos e sois além dos números e  em velocidade estonteante.
“Onde Kaos tentava provocar o não, Khronos estabelecia o sim, onde Kaos sentenciava a morte, Khronos determinava vida. Onde Kaos queria poder, Khronos disseminava liberdade.
“Da disputa entre Kaos e Khronos juntou energias além deles, faíscas expelidas dos combates passaram a demonstrar inteligência.
“E a vida assim se fez, entre a busca de Kaos de retornar ao primórdio do não governo, e o reinício de tudo o que tenta desestabelecer a ordem de Khronos.
“O Nascimento e a Morte de tudo o que existe é uma disputa sem vencedores, entre a entidade KAOS e a entidade KHRONOS.”
O silencio se fez pesado ao redor da fogueira, de alguma forma então, o fogo é reino de Kaos.
Elfir não se conteve, e atento, foi além da surpresa: -Como podes tu saber, os nomes de tais entidades, se é que elas existem?”

(to be continued)
Ofereço este conto à:
·         Rosa Barros por sua amizade e por seu blog místico e terapeutico: http://atoderefletir.blogspot.com
·         Adriana Magabeira por sua amizade e seu blog de Cultura Mística e Terapeutica:

Um comentário:

Marise Borba disse...

Me achei aqui, texto muito lindamente elaborado, tecido com 'palavras' cósmicas!